quarta-feira, 11 de maio de 2011

Modelo previdenciário do PT já foi barrado pela justiça no Paraná

Paraná teve alíquotas barradas

Sistema paranaense de previdência teve contribuições por faixa salarial suspensas, mas fundos colocaram dinheiro em caixa

O modelo de previdência que o governo Tarso Genro pretende adotar no Estado tem 13 anos de funcionamento e dinheiro em caixa, mas já precisa de uma correção de rota. Decisões judiciais que barraram a elevação das alíquotas de contribuição para diferentes faixas salariais, o aumento da expectativa de vida dos participantes e a complacência de governantes, obrigaram o governo do Paraná a elaborar um novo plano de custeio para a previdência dos servidores que será enviado ao Legislativo.

Aprevidência paranaense foi citada pelo Piratini na semana passada como modelo a ser seguido no Estado. Tarso quer criar uma alíquota maior para salários mais altos e um fundo de capitalização para futuros servidores.

– Estamos com um pequeno déficit atuarial projetado para daqui a uns 20 anos, quando o volume de aposentados deve aumentar muito. Mas não é nada expressivo. O sistema é sustentável e funciona bem. Já paga 20% das pensões e aposentadorias com o fundo – diz Jayme de Azevedo Lima, presidente da ParanaPrevidência.

Criado em 1998, durante o governo Jaime Lerner, o sistema adota um modelo chamado de segregação de massas, que consiste em dividir os servidores em dois grupos. O primeiro, dos funcionários mais velhos, tem seus benefícios cobertos basicamente pelo Tesouro do Estado, que coloca quase R$ 200 milhões mensais (os servidores contribuem com cerca de R$ 50 milhões/mês).

O segundo grupo inclui os funcionários mais jovens e os que entraram no serviço público após a criação da ParanaPrevidência. Seus futuros benefícios serão pagos com um fundo criado em 1998 e que já soma R$ 5,4 bilhões com as contribuições dos servidores, do Estado e de aplicações financeiras.

– Temos 99% dos recursos do fundo aplicados em títulos imobiliários, títulos públicos e ações – diz Lima.
Fonte: ELTON WERB
            Zero Hora


Governo acumulou débito que chega a R$ 4 bilhões

Além de não prever situações como o inchaço da máquina pública (que aumentará o número de futuros aposentados), a previdência do Paraná também sofre com a falta dos repasses devidos pelo governo.

A lei que criou o fundo permitiu que o Estado depositasse inicialmente apenas 20% do valor descontado do servidor. Isso produziu um débito do governo com o sistema que chega a R$ 4 bilhões.

Outra dificuldade foram as ações judiciais que contestaram as alíquotas de 10% a 14% previstas inicialmente. Hoje, elas são de 11,5%, mas muitos servidores pagam apenas 10% (índice original) amparados em decisões do Supremo Tribunal Federal. A estimativa é de que as contestações judiciais causem prejuízo anual de R$ 3,6 milhões à ParanaPrevidência.

Em relação ao Rio Grande do Sul, o Paraná tem uma vantagem importante. Enquanto 52% da folha gaúcha é formada por inativos, no caso paranaense os aposentados e pensionistas correspondem a 40% do quadro de beneficiados.

“Não há prejuízo para o trabalhador”

Renato Follador, Consultor em previdência pública e privada

A experiência com a criação do fundo previdenciário dos funcionários de Itaipu foi o que motivou o então governador Jaime Lerner a delegar ao consultor Renato Follador uma tarefa espinhosa: reformar a previdência do Paraná. Follador produziu um modelo que, segundo ele, hoje é adotado em quase todo o país.

ZH – Qual é o quadro no Paraná?

Follador – Hoje, o fundo tem R$ 5,4 bilhões. Cerca de 1,5 mil municípios e todos os Estados seguem a metodologia, com exceção de Rio Grande do Sul, que adota agora, e São Paulo.

ZH – Qual é a garantia para o servidor?
Follador – Não há prejuízo para o trabalhador. Ele preserva os direitos adquiridos e ainda tem a garantia de que haverá dinheiro para a sua aposentadoria, o que não tem hoje.

ZH – Mas o Estado fica com o ônus das atuais aposentadorias.
Follador – Isso vai diminuindo ao longo do tempo até acabar. É um processo que demora 30 anos, mas conduz à desoneração do Tesouro.

ZH – Como o fundo é gerido?

Follador – Deve ser partilhado entre todos os envolvidos. Há normas federais também muito rígidas.

ZH – Não há risco de o governador sacar o dinheiro para outras finalidades?
Follador – Não se pode fazer a capitalização sem blindar o fundo. Um exemplo vem do Paraná. O ex-governador Roberto Requião conseguiu mexer em todos os contratos feitos por Lerner, mas não no fundo.
Fonte: Zero Hora
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NOTA DO EDITOR
Uma reforma previdenciária séria não pode ser feita unilateralmente como está sendo procedida pelo governo do PT. Os servidores públicos e através de suas entidades de classe já discutiram muito esta matéria e certamente tem muitas sugestões mais inteligentes que estas do governo. O que estão tentando nos enfiar goela abaixo é um pacote arrecadatório escorchante e desavergonhado que sempre foi criticado pelo PT "QUANDO NA OPOSIÇÃO".
Se formos na mesma batida certamente haverá uma enxurrada de ações, pois não é possível que nossa justiça seja parceira do governo nessa tentativa mesquinha de tungar o bolso de parte do servidores públicos e a comunidade em geral com esse pacote arrecadador.

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