segunda-feira, 27 de junho de 2011

Saiba por que a proposta de reforma do sistema público de previdência vai apenas confiscar salários dos servidores

Apesar das caras páginas coloridas que pagou nos jornais desta segunda-feira para defender o Pacotarso (90% do espaço foi dedicado à defesa do confisco de salários dos servidores) o governo estadual gaúcho não ofereceu novamente uma única linha para esclarecer dois pontos decisivos sobre os dois projetos que mexem no sistema estatal de previdência do funcionalismo:
1) Onde estão os cálculos atuariais - se é que existem -  que comprovam que o aumento da alíquota de contribuição, que passaria de 11% paras 16,5%, resolveria o problema do déficit atual anual, calculado pelo governo em R$ 5 bilhões ?
2) Que tipo de auditoria o governo promoveu ou pretende promover, para identificar os responsáveis pelo falido sistema estatal de previdência estadual do RS ?

. 16,5% seria a maior alíquota do gênero entre todos os sistemas estatais estaduais de previdência do Brasil. Sem cálculos atuariais e sem auditoria, o dinheiro adicional será estirilizado no caixa do Tesouro, como foi antes, no governo Rigotto, quando ela pulou de 5,4% para 11%.

. Trata-se de um confisco puro e simples. O governo quer tomar dinheiro dos servidores para cobrir despesas que não contém e não quer conter - e investimentos perdulários que nem são de sua competência, como alojar 100 mil sem-terras (proposta do governo no Conselhão), responsabilidade primária do governo federal e não do Piratini.

. Nem um só ente privado ou público responsável, atrever-se-ia a confiscar dinheiro dos seus empregados,  para cobrir um rombo sobre o qual ele desconhece o tamanho e ignora a melhor equação para resolvê-lo. 

. É por isto que a enorme carga publicitária veiculada em jornais, rádios e Internet, desde esta segunda-feira, apela apenas para a compreensão do distinto público, usando uma mensagem recheada de inverdades e meias-verdades. 

. O artigo assinado pelo governador Tarso Genro neste domingo  ("Destino e utopia") pelo menos coloca a questão unicamente no campo da ideologia da esquerda mais atrasada, ao reduzir todo o debate atual a uma delirante luta de classes, desta vez entre os servidores ricos (quem ganha mais de R$ 3.860,00 por mês), acusado de direitista insensível, desta vez aliado aos detentores do capital financeiro, que são os que mais recebem benefícios e mais apóiam o PT neste momento.

. Nas vezes em que o PT pode contribuir para a solução do problema, resolveu insurgir-se ferozmente contra as propostas, ajudando a sepultá-las.  Isto ocorreu nos governos Britto e Yeda Crusius. 

. No RS, juízes, procuradores, oficiais, delegados, defensores públicos e servidores altamente qualificados, ficaram sabendo pela pena do governador Tarso Genro, que não passam de cruéis direitistas "inimigos do povo".  Como se sabe, o sr. Tarso Genro é o único real "amigo do povo", como demonstrou recentemente no caso do sr. Cesare Battisti. 
Fonte: http://polibiobraga.blogspot.com/
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NOTA DO EDITOR: Esta é uma análise nua e crua do cenário que está montado pelo governo do PT para aprovar na ALRS aquilo que ao longo dos últimos governos repudiou com veemência e ajudou a derrotar, com isso dando mostras de fisiologismo, incoerência e pouca vergonha na cara.
Os servidores públicos, pelo que entende o governo, são os únicos responsáveis pelo enorme rombo previdenciário, neste caso conduzindo a opinião pública com apoio de grande parte da mídia gaúcha, a qual inexplicavelmente bandeou-se de mala e cuia para o lado do governo ignorando a falta de transparência e discussão dos projetos que compõe o PacoTarso arrecadador.
A partir desta terça-feira iniciará a queda de braço que ao fim e ao cabo dirá quem tem mais bala na agulha, se o governo e sua base fisiologista movida a CC's e cargos no executivo, ou parte dos servidores públicos e a população em geral que estão sendo tungados pelo PacoTarso.

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