terça-feira, 19 de julho de 2011

Sete brigadianos indiciados no inquérito de morte no Promorar

Delegado Mota acusa o major Francisco de ter praticado dois crimes
O delegado José Antônio Taschetto Mota indiciou sete brigadianos no inquérito instaurado para apurar a morte do deficiente mental José Elias de Assunção, o Zeca, morto com três tiros disparados pelo soldado Maurício Bairros, na noite de 23 de outubro do ano passado, no Bairro Promorar.
Além de Maurício, que já responde a um processo criminal acusado por homicídio qualificado, o delegado Mota indiciou o comandante da Brigada Militar, major Francisco de Paula Vargas Júnior, por usurpação da função pública e por fraude processual. Pelos mesmos crimes foi indiciado o capitão Jaime Roberto Soligo Filho, acusado ainda pela Polícia de prevaricação.
O delegado Mota salienta que conduzir o inquérito para apurar o homicídio no Promorar era trabalho da Polícia Civil, mas observa que precisou recorrer ao Poder Judiciário para obrigar a Brigada a entregar a barra de ferro usada por Zeca para agredir o soldado Maurício e as armas dos policiais.
Assim, para o delegado Mota, o major Francisco cometeu usurpação. Já a fraude processual é devido ao pelo major Francisco, segundo Mota, ter informado que a Brigada não possuía arma não letal. A Brigada possui pistola de choque, que é usada para imobilizar suspeitos.
CAPITÃO SOLIGO
Sobre os indiciamentos do capitão Soligo, o delegado Mota observa que ele era o presidente do inquérito policial militar e não remeteu à Polícia o material que foi solicitado. Além disso, Mota acusa Soligo de prevaricação, justificando que o capitão não registrou o homicídio no plantão da Polícia. "Ele esteve no HCB e esteve no plantão policial, mas não registrou o homicídio", enfatiza Mota.
Além de Soligo, o tenente Osvaldo José da Cunha Filho foi indiciado por prevaricação pela Polícia. Ele era o oficial responsável pelo serviço na noite do crime. No entanto, Mota afirma que Soligo esteve no HCB e assumiu o comando da situação, o que pode evitar a denúncia de Cunha para a Justiça.
Importante
O delegado José Antônio Taschetto Mota indiciou os três brigadianos que estavam atendendo a ocorrência junto com o soldado Maurício Bairros. O sargento Vilmar Alves Corrêa, o soldado Tiago Nunes de Almeida e a soldado Paula Patrícia da Silva Ferreira foram indiciados por falso testemunho.
De acordo com Mota, todos afirmam que a luz do poste que fica na frente da casa onde estava o deficiente mental José Elias de Assunção, o Zeca, estava apagada. "Mas não estava. Temos o depoimento de testemunhas de que a lâmpada estava acesa. Ela inclusive ficava o dia inteiro ligada, pois a foto-célula estava queimada", frisa Mota.
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NOTA DO EDITOR: Pelo visto não anda lá essas coisas a integração PMxPC lá em Cachoeira do Sul. Esta ocorrência, ao que me parece, é daquelas que envolve crime de policiais militares em serviço, portanto competência da BM investigar através de IPM, o qual será posteriormente encaminhado à Justiça Comum com competência para julgar tal delito, porém a nossa coirmã reluta em aceitar e não foi a primeira, nem a última vez que ocorrerão tais desavenças. O desgaste é inevitável, agora a palavra com o Poder Judiciário. Por outro lado a Brigada Militar, através do Comando, tem que atuar junto à SSP no sentido de resolver esta pendenga de uma vez por todas, tem que fazer valer o ordenamento jurídico que regula o fato.

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