Marcio Brum Torbes, 46 anos, embarca nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro
Para enfrentar uma média de 60% de ocorrências em ambientes de baixa luminosidade, é preciso que um policial saiba driblar o medo e calcular os passos que serão dados — literalmente — no escuro. Esta estatística, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, é a base da especialização do sargento Marcio Brum Torbes, 46 anos, que embarca nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro com um convite para treinar policiais da tropa de elite mais famosa do país, o Bope.
Por três dias, os "caveiras", como são conhecidos, aprenderão a intervir em locais escuros e confinados durante situações de risco com o auxílio de lanternas e equipamentos de visão noturna.
Os alunos de Torbes são, na verdade, veteranos do Grupo de Resgate e Retomada (GRR), equipe tática do Bope que trabalha com situações envolvendo reféns.
— Não é comum o Bope trabalhar com lanternas e achamos bom que os operadores do batalhão aprendessem. O sargento Torbes é uma referência no assunto no país e é muito útil agregar esse tipo de informação — explica o sargento Carlos Melos, coordenador do GRR.
De experiências próprias e uma pesquisa intensa, surgiu a ideia para o livro que está escrevendo sobre as situações enfrentadas pelos policias em ambientes de baixa luminosidade. A partir de conversas com médicos e psiquiatras, o sargento sabe, antes de enfrentar o risco, como se dilata a pupila e o que passa na mente de um indivíduo acuado em local escuro. E, então, cria a tática para reagir de maneira correta.
— Se o suspeito estiver há mais de 15 minutos em um ambiente escuro e tiver os olhos ofuscados, não vai enxergar. É o tempo de eu me posicionar — conta Torbes.
Foto: Ronaldo Bernardi
Policial há mais de 25 anos, o sargento trabalha atualmente na 2ª Companhia do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar em Porto Alegre. O interesse pelas intervenções em baixa luminosidade começou há cerca de 12 anos, ao participar de um treinamento da equipe texana da Swat — o esquadrão de elite da polícia americana. Frente a uma técnica limitada para as necessidades tupiniquins, o sargento começou a estudar para avançar em uma tática própria:
— O que eu fiz foi adaptar os ensinamentos deles para a realidade do Brasil.
Torbes já ministrou este tipo de treinamento em outros estados do país e em Portugal, onde ensinou as técnicas à Guarda Nacional Republicana.
— Profissionalmente, é uma valorização — conclui.
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NOTA DO EDITOR: Apesar de todas as vicissitudes que os policiais militares enfrentam diariamente por conta da difícil e quase eterna penúria salarial, é digna de muito orgulho a dedicação e profissionalismo de grande parcela de nossos policiais.
O Sgt Torbes, é uma referência na sua atividade, o qual no momento está sendo muito bem reconhecido por uma corporação coirmã, sendo que nessas oportunidades se renova a esperança de que aqui na nossa aldeia o governo se sensibilize e na forma de uma política salarial decente providencie, com urgência, em retirar os policiais militares do RS da vexatória situação de serem os piores salários do país.
O Sgt Torbes, é uma referência na sua atividade, o qual no momento está sendo muito bem reconhecido por uma corporação coirmã, sendo que nessas oportunidades se renova a esperança de que aqui na nossa aldeia o governo se sensibilize e na forma de uma política salarial decente providencie, com urgência, em retirar os policiais militares do RS da vexatória situação de serem os piores salários do país.
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