sábado, 3 de setembro de 2011

Fogo amigo contra o governo


Pelo menos duas correntes ideológicas antagônicas estão por trás da maior onda de protestos já promovida por policiais militares no Estado. ZH apurou que simpatizantes e adversários do atual governo comungam práticas incendiárias que fragilizam a hierarquia militar e desafiam as autoridades.




Novo Hamburgo, 5h10min de sexta-feira. Antes do amanhecer, bombeiros tentam apagar mais uma das fogueiras de pneus acesa por policiais militares em protesto por melhores salários. Mas este incêndio tem um tom diferente. Acima do fogo, pendurada entre dois postes, está a faixa “CUT e MST apoiam movimento dos PMs”. Era tudo o que o governo Tarso Genro temia: fogo amigo na trincheira.


Além de ser alimentada por adversários de sempre, a onda de contestações, a maior já vivenciada em mais de 170 anos de Brigada Militar, conta com apoio de tradicionais aliados do PT, alguns dos quais sindicalistas e integrantes de movimentos sociais. A novidade é que estariam agora protestando contra um governo a que deram suporte para se eleger.

A informação foi confirmada a Zero Hora por dois oficiais ligados ao comando da BM, que admitiram também outras novidades relacionadas ao fogo amigo. O serviço reservado, a PM2, identificou dois PMs que teriam ajudado a atear fogo em pneus na sexta-feira, um em Porto Alegre e outro em Alvorada. O que atuou na Capital foi ligado à Casa Militar, ainda durante o governo Tarso Genro. O outro serviu no Palácio Piratini no governo Olívio Dutra. Trata-se do segundo-sargento da reserva da BM João Carlos dos Santos, o Lilica, filiado ao PT e ex-candidato a vereador em Alvorada. Santos revelou a ZH que protestou em Alvorada, Viamão e Gravataí.

– A Abamf (associação que representa policiais) começou os protestos, mas perdeu o controle – disse Santos, em entrevista.

Os agentes do serviço secreto da BM não sabem se Santos e o outro militar, simpatizantes de partidos de esquerda, agiram por conta própria ou se é uma ação coordenada de setores políticos que eram aliados e hoje estão descontentes com a posição do governador na questão salarial.

– É uma reivindicação por melhores salários – afirma Santos.

ZH ouviu uma dezena de PMs e integrantes da cúpula da Segurança Pública. Além de militares de esquerda, como o próprio Santos, aliados de movimentos como MST e CUT, alguns descontentes com a perda de funções gratificadas no atual governo, e de sindicalistas ligados à Abamf, haveria um terceiro grupo. Seriam policiais politicamente conservadores, coordenados por um oficial ligado ao PMDB (partido de oposição ao governo Tarso), e teriam se organizado, pela primeira vez, em núcleos espalhados pelo território gaúcho. É o caso das regiões das Missões, Metropolitana, Litoral Norte e Santa Maria.

Em uma cidade do Interior, os insurgentes estariam recebendo ordem de um antigo oficial que pretenderia usar as estradas em chamas como passarela para a carreira política. E mais: com conhecimento dentro da tropa, ele não teria dificuldades em se manter imune a punições. Afinal, está “lutando” para que o governo abra mão e aumente o salário dos PMs.

Dentro do governo, há um consenso, como revela um quadro político lotado na Secretaria de Segurança Pública:

– Ao convocar PMs para bloquear estradas, associações de classe uniram a extrema esquerda, o lumpesinato sindical e a direita contra o governo.

Fonte: www.clicrbs.com.br 

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NOTA DO EDITOR: Um velho adágio popular ilustra a situação, "Estão procurando chifre em cabeça de cavalo", explico: tem muita conversa fiada nesse episódio, pois certamente o início das manifestações teve sua origem nas entidades de classe dos brigadianos , como já foi amplamente divulgado pelos representantes das mesmas, de resto alguns aproveitadores que sempre buscaram ocupar espaço estão, com suas atuações isoladas trazendo algum prejuízo para os bem intencionados.
Toda essa aura de mistérios, contra informações e acusações veladas só serve ao governo, que se nega a negociar, pois não tem proposta nenhuma, e com isso ganha tempo e vai tentando, com o apoio de grande parte da mídia, desgastar e desacreditar as instituições brigadianas. 
Acredito que nesse compasso a situação tende a se agravar, pois os brigadianos aprenderam com o próprio PT, que com esse tipo de ação os governos tendem à ceder, e pelo visto vão até o limite para conseguirem seu intento. Ademais, não bastasse os praças, a oficialidade também está a longo tempo à espera de um tratamento salarial condigno, e agora tem feito vista grossa à inúmeros fatos que beiram a ilegalidade e pipocam por todo o estado do RS.
O Governador Tarso, Comandante em Chefe da Brigada Militar, quando em campanha eleitoral, na entidade de classe dos policiais prometeu reajustar seus salários e resgatar sua dignidade, o que fez até agora? Aumentou a alíquota da previdência(de 11 para 14%), retirou o salário formação(R$ 490,00) e espichou o prazo para pagamento das RPV's...


Essa miscelânea de informações e contra informações, ações que beiram a ilegalidade e o conluio incestuoso sindicatos-partidos-servidores só faz acirrar os ânimos e conduzir um movimento legítimo para ações extremas que poderão vir a se tornar uma tragédia.
Creio que está na hora do governo fazer a mea culpa e assumir o que prometeu na campanha: reajustar o salário dos policiais, pois será uma lamentável leviandade se negar-se a resgatar sua promessa. 
De resto o que circula como fogo, tipo o envolvimento de oficiais denunciado por fonte pouco digna de confiança, é fumaça para confundir os menos avisados e só serve aos propósitos do governo de desgastar os brigadianos e suas justas reivindicações.

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