domingo, 4 de setembro de 2011

E a Brigada daria a mesma resposta ao governo se a Legalidade acontecesse nos dias atuais?

Por indicação do meu amigo e seguidor Cel RR Rogério Porto reproduzo parte do artigo do Flávio Tavarespublicado na ZH de hoje sobre a Legalidade (pag. 11), onde o jornalista e escritor  indaga e discorre sobre se seria possível aquela mobilização nos dias de hoje.
Ele encerra o artigo assim:

" ...
Em 1961, mobilizada pelo governador, a Brigada Militar foi a primeira garantia armada das liberdades da população. Sob frio e chuva, fuzil na mão, os brigadianos dormiam pouco, mas confiavam no governador, ombro a ombro com ele contra o despotismo. Exatos 50 anos depois, os soldados da Brigada - tratados como párias pelo poder - têm de rebelar-se para reivindicar salários e meios de lutar contra o crime.
Com remuneração digna e prestigiadas, as professoras organizaram as fichas dos voluntários civis nos comitês de resistência para a luta, em 1961. Hoje, têm de apelar a greves e pressões para serem ouvidas.
Definitivamente, o Movimento da Legalidade é irreproduzível!"

A mais que sesquicentenária Brigada Militar já incorporou missões às mais diversas, como padioleiros, motoristas de ônibus, lixeiros, salva vidas e mais recentemente guardas penitenciários, porém essa dedicação não lhe serviu de nada na hora de ver reconhecido seu esforço através de uma contrapartida salarial justa. 
Em recente campanha eleitoral o atual inquilino do Palácio Piratini prometeu reajustar salários e valorizar os policiais, porém o que se vê mais uma vez: eleição encerrada promessa esquecida.
Ultimamente temos testemunhado, tanto a nível federal, estadual como municipal uma gama de casos de corrupção que desviam milhões de reais dos cofres públicos, dinheiro público que poderia ter sido destinado para melhorar a saúde, a educação, o esporte e a segurança, porém o que constatamos é a impunidade que incentiva o aumento desse tipo de crime.
Certamente que, em vista de tudo isso e particularmente pela falta de caráter, responsabilidade, comprometimento e vergonha na cara de nossos políticos dirigentes, nem os brigadianos titulares das CC's do Palácio Piratini teriam um nível de comprometimento capaz de envolvê-los em um movimento semelhante ao de 1961.

A nossa instituição, que  sempre esteve ao lado dos governos, tem tido como contrapartida um tratamento deplorável que com o passar dos anos nos jogou em situação pré falimentar, onde os salários de uma maneira geral se colocam entre os piores do país, além de provocar a decadência contínua na qualidade dos serviços prestados pela corporação.
Realmente concordo com o escritor se a LEGALIDADE fosse hoje valeria o adágio castrense: "ao toque de avançar nem o corneteiro ficaria para contar a história".


Um comentário:

  1. É bom lembrar que a Brigada Militar é responsável pelo policiamento preventivo-ostensivo e não é mais uma polícia do governo. Na época da legalidade a BM é responsável somente pela segurança do governo/estado e existia uma Guarda Civil responsável pelo policiamento preventivo e ostensivo, após o golpe de 64 a guarda civil foi extinta e as Polícia Militares passaram a fazer o policiamento preventivo e ostensivo

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