Pelo visto a pressão do governo interrompendo as negociações com as entidades de classe dos policiais militares não foi suficiente para por um ponto final nas manifestações que continuam céleres por todas as regiões do Estado.
Tais manifestações, apesar de beirarem à ilegalidade, são provenientes do descaso propiciado por sucessivos governos, que nas suas inconsequentes e irresponsáveis políticas salariais permitiram que os policiais do RS venham, nos últimos anos, amargando a triste e constrangedora condição de piores salários entre as PM do Brasil.
Aliado a isso a área politica tem se esmerado em promessas não cumpridas, como por exemplo a malfadada PEC 300, que apesar de aprovada por maioria esmagadora da Câmara dos Deputados repousa em berço explêndido à espera de nova votação que tem sido constantemente sonegada por pressão dos governadores dos estados, dessa forma aumentando a revolta e indignação dos policiais em todo o Brasil.
No caso do RS, o recrudescimento dos ânimos fica por conta da negativa do governo do PT em resgatar sua promessa de campanha e a recente apresentação de uma proposta salarial pífia que não atende minimamente as expectativas e as necessidades mínimas dos policiais.
Em virtude das liberdades democráticas, da melhora do nível cultural dos policiais, e particularmente, do afrouxamento dos regulamentos disciplinares, que serviam como fator de contenção da tropa pipocam pelo país revoltas e quarteladas que tem colocado os governos em situações de imensas dificuldades para o gerenciamento adequado dessas crises. No mais das vezes os governos estaduais tem empurrado com a barriga tais manifestações e ao fim e ao cabo não tem conseguido sair incólume sem o atendimento total ou parcial das reivindicações dos manifestantes fardados. E aí uma coisa puxa outra: como uma corrente, o exemplo de sucesso intentado em um estado da federação motiva outros a se levantarem na busca de tratamento salarial condizente, e temos assistido uma sequencia preocupante de paralizações, operações padrão, aquartelamentos, etc, que se espalham por todo o país tendo já atingido os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Sergipe, Alagoas, Ceará, Rondônia, Rio Grande do Norte e agora o Rio Grande do Sul.
O povo gaúcho não merece mais este vexame e a Brigada Militar, uma das mais tradicionais e competentes polícias do Brasil, tampouco pode ser conduzida para tão vexatória situação: ter que sublevar-se para ver reconhecida uma melhor condição salarial. O governo do PT, que sempre defendeu a valorização dos policiais tem o dever de dar uma resposta e resgatar as suas promessas de campanha, pois como já se pode constatar, sem nenhuma chance de erro: as manifestações dos policiais são expontânes e pelo visto não serão sufocadas com ameaças e pressões.
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