segunda-feira, 12 de março de 2012

Assembleia geral dia 16, 11 horas, Palácio da Polícia

O Conselho de Representantes da Ugeirm se reuniu nesta sexta-feira (9) para avaliar a mobilização da categoria nas diversas regiões policiais e fortalecer a participação de policiais na próxima assembleia geral, que vai apreciar indicativo de greve. A assembleia acontece às 11 horas do dia 16 de março no Palácio da Polícia.

A Casa Civil informou que pretende marcar audiência com a Ugeirm na próxima semana. Nas palavras do governador Tarso Genro, será apresentada uma "proposta convincente" aos agentes policiais, que acusam ampliação do atual abismo salarial na Polícia Civil. Não foram comunicados dia e horário até às 20 horas de hoje.

"Queremos uma assembleia de peso, com ampla participação da categoria. É a assembleia que vai dar respaldo para o sindicato aprovar ou rejeitar a próxima proposta. É dever de cada um mobilizar o colega que está do seu lado. Vamos lotar o pátio do Palácio da Polícia e construir a maior assembleia dos 32 anos de história da Ugeirm. Somos nós que vamos construir o nosso salário e a nossa defesa tem que ser um salário digno para todo mundo, sem exceções, sem privilégios. Salário na proporção certa para todos", diz Isaac Ortiz, presidente do sindicato.

Durante a reunião de hoje, Ortiz relembrou as audiências de negociações já havidas. No dia 13, o titular da Casa Civil, Carlos Pestana, definiu o critério de remuneração por subsídio, observada a verticalidade com delegados de quarta classe. Na primeira proposta apresentada, no dia 31 de janeiro, o governo propôs a ampliação do abismo salarial na Polícia Civil, o que foi prontamente rejeitado pelo sindicato.

A Ugeirm afirma que a remuneração por subsídio, se bem negociada, é a melhor forma de se promover justiça salarial. É assim na Polícia Federal, aliás, onde hoje o vencimento inicial de um agente é em torno de 8 mil reais e de um delegado, cerca de 13 mil. O ex-ministro da Justiça tem, talvez como poucos, informação para constrastar tais parâmetros à realidade da Polícia Civil gaúcha.

"Estamos vivendo um momento histórico. Há o risco de repetição de uma tragédia que vimos acontecer há 20 anos. Por isso não houve apenas uma insatisfação, mas uma verdadeira revolta com os valores da primeira proposta. E nós temos, sim, a possibilidade de conquistar um calendário que nos dê dignidade", reiterou.

Cumpra-se a Lei

Os relatos de representantes de diversas regiões sobre a Operação Cumpra-se a Lei são contundentes. Há locais onde a Polícia Civil praticamente caminha para o colapso, o que desmente informes de que não teria havido nenhuma alteração na rotina de delegacias. Fechamento de cartórios? Virou lugar comum.

Sim, há aqueles que ainda não se convenceram - e foram discutidas estratégias para convencê-los.

Sim, há casos em que apenas a metade das equipes de plantonistas aderiu. Sim, há agentes que não aderiram em troca de uso de viatura como carro particular, celular, hora-extra e/ou meio turno - coisas que, além de indevidas, não se levam para a aposentadoria ou na fatalidade de um afastamento. Não há nenhuma dignidade nesse proceder. Os agentes lutam pela sua dignidade e das suas famílias.

Sim, há reações. Sim, há ameaças de retaliação. Sim, há portarias equivocadas. Sim, há até sindicâncias. Sim, há casos que implicam em maior gravidade e exigem atenção da assessoria jurídica do sindicato. Há delegacias, prédios públicos, que são tratadas como propriedades privadas. Houve uma ordem para que agente "copiasse e colasse" depoimentos, uma vez que a autoridade policial não conduziu oitivas.

Mas nada se compara ao saldo acumulado até aqui. Numa determinada cidade, uma autoridade policial disse que iria apresentar policiais à Regional. Todos que aderiram deveriam "pegar suas malinhas". A supresa foi verificar que todos foram às suas salas recolher pertences pessoais. Houve recuo da autoridade policial, que compreendeu ser necessário fazer seu trabalho.

"É uma nova era, uma mudança cultural está acontecendo. Temos percorrido todo estado e é simplesmente gratificante a gente perceber o nível de consciência dos colegas. A Polícia Civil mudou, nunca mais será a mesma. Não tem mais volta. Imagine o que é você chegar numa cidade pequena, que tem um ou dois policiais, e eles estarem informados, em detalhes, do que está acontecendo em todo o Estado", disse Ortiz.

O fato de policiais lotados em cidades distantes de grandes centros estarem plenamente informados contrasta com alegações de alguns agentes, lotados em grandes cidades, "não saberem" de reuniões, decisões plenárias ou Operação Cumpra-se a Lei.

A Ugeirm, todavia, reconhece ser necessário percorrer mais regiões, que já reclamaram a presença do sindicato para deliberar adesão. Na próxima semana, haverá plenárias em Pelotas e em Rio Grande, duas regiões em que a adesão não está completamente consolidada, embora existam cidades ou delegacias que já têm 100% dentro da lei. O sindicato vai promover visitas a todas as regiões e deve ser comunicado das eventuais dificuldades existentes.

Há delegacias que somente remeteram flagrantes no último mês. Há relatos de queda vertiginosa da quantidade de inquéritos remetidos, o que demonstra, de modo inequívoco, a repercussão da campanha empreeendida até aqui. O sindicato não fulaniza, nem vai fulanizar, o debate. A tentativa de tratar a adesão à Operação Cumpra-se a Lei como "questão pessoal" é estratégia de quem pretende, sem sucesso, esvaziar o movimento. Não aceitem provocações.
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NOTA DO EDITOR: Os policiais civis, aos moldes dos militares estão mais do que escolados nessas tratativas salariais que não tem fim, mas o governo do PT tem que levar em consideração que os sindicatos dos policiais aprenderam com eles próprios as estratégias de negociação, portanto que provem agora do próprio veneno!!!
Pelo visto agora não serão aceitas propostas parciais e nebulosas, comovem sendo a tônica em sucessivos governos. O governo do PT prometeu, agora chegou a hora de reagatar a nota promissória!!! 

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