terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Brigadianos sem panos-quentes

Liderança dos oficiais de nível superior da Brigada Militar não admite tratamento discriminatório.

Sobre o tema que envolve a reivindicação salarial dos oficiais de nível superior da Brigada Militar há uma mobilização intensa e inédita através do Facebook, em rede fechada, ou seja, que funciona como uma conversa confidencial. No entanto, devidamente autorizado, abordo aqui da minha torre a posição do presidente da AsofBM (Associação dos Oficiais da Brigada Militar), tenente coronel José Carlos Riccardi Guimarães, sobre o ponto em que se encontra tal debate. Antes, resumo que os oficiais da Brigada (de capitão a coronel) exigem isonomia com os delegados da Polícia Civil que, por sua vez, apontam como exigência constitucional sua equiparação com as carreiras jurídicas do Estado. Cada categoria atua isoladamente com diferentes estratégias. Aparentemente, os delegados estão mais à frente e, possivelmente, por isso, Riccardi Guimarães assumiu uma posição em relação ao Piratini onde não emprega panos-quentes. Aqui, então, revelo uma das conclamações do presidente da AsofBM dirigida aos oficiais de nível superior da Brigada Militar. Sigam-me.

Unhas e dentes
Senhores: Tenho ouvido e lido inúmeros comentários, notícias incompletas, "peixes frios", com relação aos movimentos virtualmente exitosos que fizeram, estão fazendo e, segundo alguns "profetas", ou bons leitores da estratégia dos Delegados, farão. Minha absoluta certeza e convicção é que não devemos nos inquietar e perder nosso sono e tranquilidade com estas conjecturas. Devemos, sim, é estarmos unidos e preparados para, do Capitão ao Coronel, enfrentarmos com unhas e dentes o direito que temos, de não aceitarmos o tratamento de segunda classe a qualquer título por parte do Governo. A Sociedade nos conhece e nos reconhece, como os melhores, mais presentes, eficazes e confiáveis da Segurança pública. Se qualquer dúvida houvesse, seria dirimida por primária enquete de rádio ou televisão. Até agora o que nos faltou foi coragem, união, mobilização para rejeitarmos qualquer forma humilhante e discriminatória de tratamento. Não entremos em forma! Não obedeçamos ordens se não nos derem o que é nosso! Os tempos mudaram! Os bombeiros que no Rio de Janeiro, valentemente, protestaram, até mesmo com violência, o que nunca preconizamos, foram anistiados dada a justiça de suas reivindicações. Espero que os Oficiais da Brigada Militar, de Massot, Apparício, e de tantos outros que permaneceram no anonimato, não sejam cordeiros ante o holocausto que se configuraria, se nossos capitães, principalmente, ficassem humilhados comparados ao mal pago e reivindicador legítimo delegado de 1a classe. E para finalizar, quero reproduzir aqui, o que muito dizia meu pai, o extinto Coronel, ex comandante-geral, Jesus Linares Guimarães, que aliás, mandei incrustar em seu jazigo: "A vida sem ideal é pior do que a morte. Brigada Militar: eu sou a vida, tu és o meu ideal". Mantenhamo-nos de prontidão! Lutemos! Recuar agora nos sepulta como oficiais. Que cada um faça a sua parte. Logo ali teremos combate! À luta!
Fonte:Coluna do Wanderley Soares – Jornal O Sul – 06.12.2011 – Caderno Colunistas – pág. 4
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NOTA DO EDITOR:Tenho dito e repetido: sem dor esse parto não sai, pois os governos vem repetidamente negando suas promessas de campanha, e os anos vem e vão e a oficialidade aceitando remendos sob a forma de parcos reajustes salariais, os quais nos últimos 15 anos no levou a uma defasagem de mais de 100% no poder aquisitivo. Não adianta o governo do PT vir com choromingos e desculpas de que não tem dinheiro para reajustar os salários dos Oficiais, pois que tem memória não esquece dos discursos do governador e dos deputados de seu partido, prometendo a valorização salarial, bem como dizendo que os governos anteriores não o fizeram por falta de vontade política. 
É exatamente nesse ponto que reside a verdade: basta ter vontade política para priorizar o que é realmente importante, ou seja remunerar condignamente os servidores da segurança pública é imperativo e se impõe que seja breve, pois nossa paciência está no limite.
Depois não venham com desculpas, pois as consequências de uma paralisação podem ser irremediáveis  e o desgaste resultante já provocou sequelas políticas até hoje irrecuperáveis para alguns políticos de renome, inclusive no partido que hoje está encastelado no Piratini. 

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