segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Porto Alegre tem sete homicídios em menos de 40 horas

Os crimes fizeram a cidade atingir a marca de 310 assassinatos em 2013


Pelo menos sete pessoas foram mortas em menos de 40 horas, neste final de semana, na Capital. Cinco dos crimes aconteceram na Zona Sul.

No bairro Partenon, um detento foi morto logo depois de sair em liberdade condicional do Presídio Central. Na Lomba do Pinheiro, um homem morreu e outro ficou ferido em tiroteio com a Brigada. 

Os crimes fizeram Porto Alegre atingir a marca de 310 assassinatos em 2013. 
Domingo, 16h - Luis Carlos Lopes da Silva, 54 anos, não sobreviveu às facadas que recebeu durante uma briga na tarde de domingo. Ele estava próximo de casa, na Rua Orfanotrófio, Bairro Nonoai, quando a confusão começou. Os policiais civis da 4ª DHPP ainda não sabem como e por que ele foi ferido. Ele chegou a ser levado ao Postão da Cruzeiro, mas não resistiu aos ferimentos.
Domingo, 14h - Uma ligação anônima para a Brigada levou à localização de um cadáver na tarde de ontem no extremo Sul da Capital. O corpo de um homem negro, aparentando 20 anos, estava em um matagal atrás do reservatório Boa Vista do Dmae, no Bairro Belém Novo. O corpo tinha ferimentos de oito disparos. Até a noite de ontem, não havia sido identificado pelo DML. 

- É possível que a morte tenha ocorrido ali, pois encontramos um projetil encravado na terra - explicou o delegado Gabriel Bicca. 

Segundo moradores, na noite de sábado ocorreu uma festa perto do local, e o homem encontrado morto era um dos participantes. Às 2h, foram ouvidos disparos.
Domingo, 2h - Um adolescente foi morto na madrugada de domingo no Bairro Santa Tereza. Rayka Luna Ramos, 17 anos, foi atingido na cabeça por um tiro quando estava na Rua Ruben de Alcântara. De acordo com o delegado da 4ª DHPP, Gabriel Bicca, ainda não se sabe como aconteceu o ataque. Em setembro, 12 pessoas foram mortas no bairro, um dos quatro territórios de paz da Capital. 

Sábado, 21h - Um homem foi encontrado morto na Rua James Bocaccio, Bairro Aberta dos Morros. De acordo com a primeira análise dos peritos, a vítima, identificada como Roberto Fontoura, foi espancada, provavelmente, com um pedaço de madeira.
Sábado, 17h - Guilherme Teixeira da Silveira, 16 anos, foi morto com ao menos três tiros à tarde. De acordo com as investigações da 4ª DHPP, ele estava na Rua Rubem Pereira Torelly e foi atingido na cabeça, no peito e em um dos braços. Guilherme chegou a ser socorrido, mas não resistiu. 

- Fica no mesmo local onde houve um tiroteio na sexta - alertou o delegado Gabriel Bicca.
Na sexta-feira, dois homens foram feridos e outros dois foram presos.

Na Zona Leste, dois crimes
Domingo, 7h - Um homem morreu e outro ficou ferido após PMs do 19º BPM atirarem contra o carro em que estavam, ontem, no Bairro Lomba do Pinheiro. A dupla estava em um Gol, com outros três homens.  Por volta das 7h, o veículo não teria obedecido à ordem de parada dada por PMs que faziam o patrulhamento na Rua Tanauí da Silva Boeira.

- PMs disseram ter visto eles dispensarem uma arma, e que no carro havia outra - disse o delegado da 1ª DHPP, Wagner Dalcin.

Os brigadianos seguiram o carro até a Rua Luiz Pogorelski, no Beco da Taquara, e houve confronto. O Gol foi atingido por seis disparos. A viatura não foi atingida.

Alex Chaves Meirelles, 39 anos, foi baleado em um dos braços e na cabeça e morreu no local. Um rapaz de 22 anos foi ferido e socorrido no Hospital Cristo Redentor. Até a tarde de ontem, seu estado era estável.  

No veículo, PMs apreenderam um revólver 357 e outro calibre 38. As outras três pessoas que estavam no Gol e não foram feridas foram levadas à 2ª DPPA e liberadas após registro.
Sábado, 1h20min - A liberdade condicional para Ibaré Franco da Silva, 53 anos, durou apenas minutos, sábado, na Capital. Duas quadras depois de deixar o Presídio Central, ele foi abordado por um veículo com dois homens, que fizeram dez disparos de calibre 9mm. Ibaré morreu no local, e os criminosos fugiram sem serem identificados. A 
1ª DHPP investiga.

Ibaré iniciou a vida criminosa na década de 1980 e tinha condenações por homicídio, tráfico, assalto e cárcere privado. Em 5 de fevereiro de 1997, manteve 11 pessoas reféns - quatro crianças. Em maio de 2002, invadiu uma estética no Bairro Petrópolis e manteve 30 pessoas reféns por mais de 45 minutos.
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NOTA DO EDITOR: O aumento do índice de homicídios decorre de fatores que no mais das vezes independe da ação da policia, visto que envolve variáveis externas independentes da ação policial de rotina. Esse tipo de crime exige atividade forte de inteligência policial sob a forma de controle e vigilância em locais conflagrados pelo comércio de drogas e de armas, além de intensivo controle sobre os egressos do sistema prisional, os quais se constituem em potenciais autores e vitimas desse tipo de crime. Aliado a isso as operações de desarmamento e identificação de pessoas em locais conflagrados também constituem elementos dissuasores da crescente onda de homicídios. Enfim, é um tipo de crime de difícil controle, pois está ligado, como já disse a um número de variáveis externas que por si só regulam as ligações de dominação do submundo do tráfico de drogas, roubo de veículos, comércio ilegal de armas, furto de veículos, etc, desta forma se constituindo em um grande desafio para os órgãos policiais o exercício de um controle mais efetivo. Ainda para piorar a situação o ordenamento jurídico e os órgão de contenção apresentam estrutura antiquada e ineficaz provocada pela inoperância das instituições e pela falta de investimentos de forma generalizada. Para a população resta o temor e a impotência ante situação tão  adversa e inexoravelmente mais próxima a cada dia.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Levantamento mostra a geografia do crime em Porto Alegre

Trabalho realizado conjuntamente por ZH e Diário Gaúcho aponta as regiões onde, até agosto, 240 pessoas foram assassinadas na Capital

A pipoca espocava no microondas, enquanto a cerveja gelava no freezer, a poucos metros da TV ligada, à espera do desfile da escola de samba do bairro. Eram 23h30min de 9 de fevereiro, na Restinga, zona sul da Capital, e a morte rondava a casa de Luciano Trindade da Rosa.
Tudo indicava um sábado de Carnaval tranquilo. A água recém havia voltado às torneiras de casa, e o gráfico, de 34 anos, aproveitou para encher a piscina plástica, na parte da frente do pátio. Preparava o terreno para curtir a manhã de sol do dia seguinte com a irmã e os sobrinhos. Mas Luciano só tinha alguns segundos de vida. Em frente ao portão, um homem armado de revolver tentou matar outro em razão de uma desavença por drogas. E um dos tiros acertou em cheio a testa de Luciano.
O criminoso desapareceu em uma moto, o desafeto fugiu, ferido, e Luciano tombou ao lado dos quatro cães de estimação. Desesperados, eles acoaram sem parar. Um subiu no peito do dono e não deixou ninguém se aproximar.
Luciano nada tinha a ver com crimes. Mas foi vítima de uma guerra silenciosa que ocorre na Capital, quase imperceptível para a maioria dos 1,4 milhão de porto-alegrenses. O assassinato de Luciano emerge de um levantamento produzido a partir de reportagens de Zero Hora e Diário Gaúcho. Foram analisados 240 homicídios ocorridos nos oito primeiros meses do ano na Capital – média de 30 por mês (um por dia). Não foram considerados no levantamento latrocínios (quando a vítima é morta em roubo).
A pesquisa ressalta como regiões mais sangrentas as periferias nos extremos da cidade – bairros Rubem Berta, Mario Quintana e Sarandi, na Zona Norte, e Restinga, na Zona Sul – e áreas tradicionalmente conflagradas, como o Morro Santa Tereza.
Nove em cada 10 homicídios têm relação com o tráfico de drogas
O levantamento aponta que os cinco bairros concentram um terço de todas as mortes registradas no período na Capital. E revela uma tendência preocupante. A matança comandada por traficantes é cada vez mais expressiva – segundo estimativas de autoridades, os pistoleiros do tráfico são responsáveis por nove em cada 10 homicídios registrados em Porto Alegre.
Costuma-se dizer que o perfil de quem mata é igual ao de quem morre: aliados que se rebelam para controlar bocas de fumo, quadrilheiros rivais e clientes que não pagam dívidas. Mas, nesse meio, também existem vítimas de verdade – inocentes, como Luciano. Assim, a violência que cala inimigos também acaba sendo a mesma que silencia quem nada ter a ver com as disputas entre traficantes. Cidadão pacato, Luciano jamais entrou em uma delegacia de polícia, nem para registrar uma perda de documento.
– Solteiro, sem filhos, a vida dele era trabalhar e cuidar dos cachorros. Estamos muito revoltados. É difícil aceitar. Queremos justiça – desabafa Fabiana Trindade da Rosa, 37 anos,  irmã e colega de trabalho de Luciano.
Um suspeito foi preso dias depois, trocando tiros com policiais, quase no mesmo lugar. Envolvido em assalto e tráfico, portava um revólver cuja perícia comprovou depois se tratar da mesma arma que matou Luciano.
Jovem morto ao pisar em território proibido
Outro episódio não menos chocante ocorreu 10 dias antes da morte de Luciano. Marlon Padilha, 15 anos, foi morto porque morava em outro ponto do bairro e não podia colocar os pés no Beco Cecília Monza. Acompanhado de um amigo, o jovem recuou, deu alguns passos de volta, mas mesmo assim, foi executado com um tiro na nuca.
Em março, na Vila Funil, bairro Tristeza, Cristiano da Cruz, 32 anos, trabalhador com carteira assinada em uma empresa de limpeza, foi morto a tiros por três homens a mando de um presidiário. O “pecado” que custou a vida de Cristiano: comprou uma casa, que pertencia ao traficante expulso da vila.
Na Zona Norte, a batalha de quadrilhas rivais já levou, por duas vezes, terror a pacientes, médicos e enfermeiros dos hospitais Cristo Redentor e Conceição – cenários de uma execução e de uma tentativa de homicídio, que acabou se consumando na rua dias depois. Confrontos nos bairros Mario Quintana e Protásio Alves – em especial, entre gangues da Chácara da Fumaça  e da Vila Laranjeiras –, já somam 23 mortes neste ano. Em abril, passageiros de um ônibus ficaram em estado de choque ao testemunhar a execução de um homem com quatro tiros. E, em junho, moradores foram expulsos de casa e três moradias acabaram incendiadas.
Sinal de alerta na Restinga
O garçom de Viamão André Luis dos Santos Leal, 24 anos, comprou buquê de flores e contratou, por pelo menos três vezes, serviço de telemensagem para uma ex-namorada, na tentativa de reconquistá-la.
Na última vez, em 30 de julho, não encontrou a mulher, foi perseguido e executado com cinco tiros dentro do carro de som. O motivo: a insistência da homenagem estaria “chateando” traficantes da vizinhança.
– Morreu por amar demais – acredita o delegado Gabriel Bicca, da 4ª Delegacia de Homícidios e Proteção a Pessoa, responsável pela investigação do casos.
Na Restinga, assim como nos bairros Rubem Berta, Santa Tereza e Lomba do Pinheiro, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) desenvolve o programa Território da Paz, iniciativa que visa a frear a violência com ações policiais e projetos sociais.
Conforme dados oficiais, os assassinatos nos quatro bairros caíram desde que o projeto foi criado, em setembro de 2011. Nos primeiros oito meses de 2013, a redução foi de 12,5% (de 80 para 70) em relação ao mesmo período de 2012. Mas, na Restinga, os crimes subiram (de 15 para 22).
Para o sociólogo Juan Mario Fandino, membro do Núcleo de Estudos sobre violência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as mortes acontecem porque os traficantes são menos suscetíveis à presença policial.
– A criminalidade entre gangues é endógena. Elas se matam e acertam contas de qualquer modo.
Bandidos que saem da cadeia tentam recuperar terreno
Conforme o secretário estadual de Segurança Pública, Airton Michels, a polícia está atenta ao caso da  Restinga:
– Lá, existem grupos que se enfrentam há anos. Uns saem da cadeia e voltam para tentar retomar seus pontos. Detectamos essas disputas e estamos agindo, capturando foragidos, apreendendo armas. Em setembro, o número de homicídios vai reduzir na Restinga.
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NOTA DO EDITOR: Apenas lamento que vai ano, vem ano, vai governo, vem governo e as soluções se repetem: promessas, remanejo de efetivos, notícias midiáticas, soluções inócuas e dispendiosas para os cofres públicos, e os resultados pífios e inexistentes!!! Ao verificar as questões levantadas pelos jornais constato que os problemas novos são os mesmos velhos problemas superdimensionados e com uma tendência alarmante: só aumentam, os índices e a violência, e me abate uma dúvida: tem jeito??? Eu mesmo respondo: Tem. Basta uma tomada de consciência, um choque de urbanidade, um surto de responsabilidade do decisor político, mas isto sim é difícil, pois os governos se sucedem e não tomam medidas sérias e duráveis para solucionar o problema da segurança pública.  A solução passa por investimento em equipamentos modernos para aparelhar os órgãos policiais torná-los eficazes,  uma política de recrutamento e ensino compatível com as necessidades de cada instituição policial, revisão das leis penais, processuais penais e de execução penal do país, revisão das atribuições das polícias tornando-as mais eficientes. Enfim é preciso responsabilidade e seriedade para tratar a questão da segurança pública, pois soluções paliativas só fazem efeito temporário e não tem o condão de atacar as causas do aumento da criminalidade e da violência. Portanto somente ações de Estado podem surtir o efeito desejado, pois que não devem estar carregadas de ideologias políticas e sim buscar o interesse público e o bem comum da sociedade, mas isto é um sonho diante da realidade do nosso poder político, que não enxerga além de um horizonte de quatro anos de governo. 

PMs ajudam a esclarecer crimes na zona sul de Porto Alegre

Troca de informações entre BM e Polícia Civil acelera elucidação de casos

Polícia é polícia, seja com farda ou à paisana. É com base nesse lema que PMs do 21º Batalhão de Polícia Militar (Restinga) implantaram um sistema de colaboração online com policiais civis que atuam na zona sul de Porto Alegre.
A cada prisão ou apreensão realizada, os PMs preenchem um fichário com nomes, apelidos, características dos suspeitos e do armamento encontrado, área de atuação e testemunhas que podem ser ouvidas. Tudo isso é enviado, por e-mail, de forma instantânea, para delegacias de bairro ou especializadas, como as de homicídios e roubos. O resultado é bom: alguns casos têm sido esclarecidos em horas, quando antes levavam semanas em um emaranhado burocrático e repleto de antagonismos entre policiais.
— Tentamos evitar que a ocorrência fique dias parada, à espera de consulta por parte dos policiais civis. Enviamos na hora, e os colegas comparecem na hora. Tudo muito rápido. E isso ajuda a elucidar casos — diz o tenente-coronel Otto Amorim, responsável pelo 21º BPM.
Uma mudança e tanto, em relação aos tempos em que policiais civis e militares gaúchos trocavam farpas — e até pontapés — pela rivalidade.
Um dos casos em que PMs e policiais civis atuaram juntos foi na morte de Daniel Silva Freitas, 33 anos, assassinado com três tiros em 14 de agosto, no bairro Restinga. Primeiros a chegar ao local, os policiais militares verificaram que a vítima era repleta de antecedentes policiais, como furtos, arrombamentos, tráfico e lesões corporais. Realizaram uma enquete preliminar com moradores e ficaram sabendo sobre desafetos do rapaz. Até aí é o que costuma ocorrer em qualquer local de crime atendido pela BM. O diferencial é que a P2 (serviço de inteligência) do 21º BPM, além de coletar possíveis testemunhas, sistematizou as informações em uma Comunicação de Ocorrência preenchida em computador. Esse material foi enviado, de imediato, para quatro delegacias de bairro —
6ª (Vila Assunção), 13ª (Cavalhada), 16ª (Restinga) e 7ª (Belém Novo) — além dos departamentos Estadual de Investigações Criminais e de Homicídios, da Polícia Civil.
A Delegacia de Homicídios compilou as informações e já identificou um suspeito, que se apresentou no dia seguinte em uma delegacia. Ele nega o crime, mas outras ocorrências em que o suposto assassino esteve envolvido — também levantadas pelo 21º BPM — ajudaram a firmar convicção de que ele matou, a mando de um sujeito também já identificado.
— Estabelecemos com esse batalhão da BM uma troca rápida e precisa de informações, essencial para solucionar assassinatos. As pessoas falam quando o cenário do crime ainda está quente — elogia o delegado Gabriel Bicca, que responde pelas delegacias de homicídios na parte sul da cidade.
Informação imediata agiliza trabalho
Os PMs não se limitam a colaborar só em casos de homicídios. Em abril, uma Patrulha Tático Móvel (Patamo) do 21º BPM abordou um veículo Golf na Vila Castelo (Restinga). No carro, foram encontradas duas espingardas calibre 12, um revólver calibre .38, 125 pedras de crack e munição.
Dois adolescentes e dois adultos foram presos. Com base nos antecedentes deles, comunicados de imediato, policiais civis realizaram interrogatórios e conseguiram comprovar assaltos e arrombamentos na Zona Sul.
Armas apreendidas pelos PMs, aliás, são comunicadas online para a Polícia Civil. Em alguns casos, o armamento se revela envolvido em crimes. A informação imediata sobre o tipo de arma e a numeração dela pode gerar perícia rápida, vital para esclarecimentos de diversos delitos. Quando há demora, a arma vai para um depósito e fica lá por meses ou anos. No primeiro semestre, o 21º BPM apreendeu 153 armas e 1,7 mil munições.
— O trabalho conjunto com o pessoal do tenente-coronel Amorim é nota 10. Essa colaboração não é de hoje, e sugiro que a BM proceda assim em toda a cidade, quem sabe no Estado. É que o número de PMs é quatro vezes maior do que o de policiais civis, eles estão nas ruas em maior número e por mais tempo. A sociedade lucra com esse entrosamento — define o delegado Guilherme Wondracek, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), uma das unidades de elite da Polícia Civil gaúcha.
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NOTA DO EDITOR: Para não dizer que não falei de flores... é que registro minha surpresa em verificar que a inteligência parece estar chegando nas ações e operações policiais, pois esse procedimento é exemplar e dele pode germinar o embrião para o tão esperado "CICLO COMPLETO DE POLÍCIA". Para quem não sabe esta é uma aspiração antiga da Brigada Militar, pois lamentavelmente o nosso sistema policial é um dos poucos, senão único em que existem duas polícias que são complementares, contrariando o mundo inteiro e todas as diretrizes  doutrinárias modernas acerca da atividade policial. Sem sombra de dúvidas polícias modernas detém a totalidade das ações, pois impossível imaginar a cisão existente no modelo atual em que uma polícia inicia e outra dá andamento ao caso policial. Dessa experiência do 21º BPM, cujo Comandante é um Oficial linha de frente, inteligente e perspicaz e dos jovens Delegados responsáveis pela Zona Sul da Capital pode surgir o embrião de um novo modelo de polícia, certamente mais eficiente que o arcaico modelo dualista atual. Continuemos a sonhar que uma polícia moderna, bem paga, bem equipada e sobretudo eficiente   é possível. Quem sabe através de iniciativas como esta o modelo seja atualizado em prol do bem comum e em detrimento ao corporativismo institucional.