Em tempos de malhação pelo episódio Amarildo, é sempre bom lembrar as boas causas para que serve a polícia
Quem relata essa é o experiente policial civil Alexandre Leão, ligado ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele estacionava o carro para um churrasco em família, no domingo, quando um senhor pediu ajuda para uma adolescente que tinha sido assaltada.
Leão largou as carnes e foi, junto com o homem, atrás do ladrão, que tinha fugido de ônibus. A jovem os guiava e, ao ingressar no coletivo, apontou o ladrão, que estava de boné no fundo do veículo.
Leão e o homem agarraram o delinquente, que assumiu o roubo e devolveu objetos roubados. O policial dirigiu o carro com o criminoso preso em flagrante, seguro pelos braços pelo homem que ajudara a adolescente.
Quem é o homem, que não anunciara as credenciais para a jovem a quem ajudou? O coronel Nelson Pafiadache, ex-comandante da Brigada Militar, na reserva desde meados da década passada. Mesmo sem farda, anônimo passageiro de ônibus e com problemas de saúde, não se furtou a ir atrás do ladrão.
No domingo, a capitã Deise Kologeski, do 33º BPM, fazia vistoria nas unidades que comanda (uma atividade burocrática) quando recebeu pedido de ajuda de um assaltado. Foi pessoalmente atrás do bandido e acabou recebida a tiros.
Uma bala pegou no peito dela. Só não a matou porque a oficial estava de colete. Policial, aposentado ou atrás de escrivaninha, é sempre policial. É daquelas atividades para sempre. Em tempos de malhação pelo episódio Amarildo, é sempre bom lembrar as boas causas para que serve a polícia.
Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br
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NOTA DO EDITOR: No relato do jornalista a comprovação da excelência do preparo profissional dos nossos valorosos brigadianos, os quais arriscam diuturnamente suas vidas na defesa dos cidadãos de bem.
A atividade policial é por sua natureza profundamente antipática, pois se concretiza de forma a cercear liberdades, porém da mesma forma é indispensável ao convívio social minimamente organizado desde os primórdios da nossa civilização. As ações relatadas só engrandecem a atuação pessoal dos citados Oficiais, porém são ações repetidas todos os dias de forma anonima por inúmeros policiais nos mais longínquos recantos de nosso Rio Grande sem o necessário reconhecimento. Os erros, porventura praticados devem ser apontados e corrigidos, porém as rotinas policiais se realizam sob forte tensão e risco, o que também, se não os justifica deve pelo menos se prestar como um atenuante inerente à atividade. A minimização dos erros passa pelo preparo técnico, pelo investimento em equipamentos modernos e tecnologia de ponta, porém sucessivos governos, de todas as matizes ideológicas, tem se esmerado em sonegar condições para o desenvolvimento dos órgão policiais, os quais enfrentam com dificuldades extremas o crescimento da criminalidade e da violência. Para compensar a omissão do Poder político, a dedicação e o profissionalismo inigualável dos policiais (Militares e Civis) do RS.