Policial bandido
Jorge Luiz Prestes BRAGA Nos tempos atuais, somos bombardeados por notícias que nos fazem repensar e quiçá questionar sobre a natureza humana e sua imensa capacidade de dar causa aos mais diversos tipos de fatos e atos que tornam a vida em sociedade cada vez mais difícil e desgastante. Desde os centros urbanos mais importantes até o mais prosaico interior, o tipo de notícia é do mesmo jaez: mortes, assaltos, sequestros, acidentes de trânsito? Nessa imensa roda-viva, alguns profissionais se destacam e são imprescindíveis, pois, apesar de estarem potencialmente presentes, somente são notados quando deles necessitamos, e ai deles se não estiverem onde esperamos que estejam. São profissionais que, pelas características de suas funções, ao serem instados a atuar devem sempre estar o mais próximo e disponível possível, pois um segundo de atraso pode custar o preço impagável de uma vida. Nesse rol se enquadram os médicos, os socorristas e os policiais. Estes últimos, então, têm sobre seus ombros a missão de levar segurança, de restabelecer a ordem, de mediar os mais diversos conflitos, atender ao parto fora de hora e lugar, socorrer a vítima da hora, o que é uma missão quase impossível diante da realidade atual. Pois bem, o policial que diuturnamente deve estar no máximo ao alcance de um telefonema, é o mesmo que vara as madrugadas tórridas de verão e gélidas do nosso inclemente inverno. O mesmo policial que vigia a normalidade é o que enfrenta a tiros, e muitas vezes tomba no cumprimento do dever, no desigual combate contra a criminalidade em ascensão. Este policial é a última trincheira com que conta o cidadão de bem, é o último refúgio dos desesperados, e como tal deve estar sempre pronto a atender ao chamado com celeridade, prestando seu serviço com competência, eficiência, eficácia e, sobretudo, com honestidade. Lamentável o episódio envolvendo os policiais militares presos, em Júlio de Castilhos, após assaltarem um banco. São policiais bandidos, se valeram da farda e da sua condição de policiais para delinquir. São meliantes de pior espécie, pois abusaram do treinamento e da confiança que lhes foi confiada pelo Estado e principalmente pela população. A Brigada Militar não aceita a convivência incestuosa de seus policiais com o crime, pois isto vai de encontro a todos os seus preceitos cultuados durante os seus mais de 173 anos de existência. Com certeza, em pouco tempo serão esquecidos, estarão excluídos do meio brigadiano e serão punidos como estabelece a lei. A mesma lei que juraram defender, porém fraquejaram e sucumbiram, ultrapassando a tênue e perigosa linha que separa o bem do mal. coronel RR BMRS |
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