segunda-feira, 4 de abril de 2011

Policial bandido

Texto publicado no Jornal Correio do Povo do dia 30 de março de 2011.


Policial bandido

Jorge Luiz Prestes BRAGA

Nos tempos atuais, somos bombardeados por notícias que nos fazem repensar e quiçá questionar sobre a natureza humana e sua imensa capacidade de dar causa aos mais diversos tipos de fatos e atos que tornam a vida em sociedade cada vez mais difícil e desgastante.

Desde os centros urbanos mais importantes até o mais prosaico interior, o tipo de notícia é do mesmo jaez: mortes, assaltos, sequestros, acidentes de trânsito?

Nessa imensa roda-viva, alguns profissionais se destacam e são imprescindíveis, pois, apesar de estarem potencialmente presentes, somente são notados quando deles necessitamos, e ai deles se não estiverem onde esperamos que estejam.

São profissionais que, pelas características de suas funções, ao serem instados a atuar devem sempre estar o mais próximo e disponível possível, pois um segundo de atraso pode custar o preço impagável de uma vida.

Nesse rol se enquadram os médicos, os socorristas e os policiais. Estes últimos, então, têm sobre seus ombros a missão de levar segurança, de restabelecer a ordem, de mediar os mais diversos conflitos, atender ao parto fora de hora e lugar, socorrer a vítima da hora, o que é uma missão quase impossível diante da realidade atual.

Pois bem, o policial que diuturnamente deve estar no máximo ao alcance de um telefonema, é o mesmo que vara as madrugadas tórridas de verão e gélidas do nosso inclemente inverno. O mesmo policial que vigia a normalidade é o que enfrenta a tiros, e muitas vezes tomba no cumprimento do dever, no desigual combate contra a criminalidade em ascensão.

Este policial é a última trincheira com que conta o cidadão de bem, é o último refúgio dos desesperados, e como tal deve estar sempre pronto a atender ao chamado com celeridade, prestando seu serviço com competência, eficiência, eficácia e, sobretudo, com honestidade.

Lamentável o episódio envolvendo os policiais militares presos, em Júlio de Castilhos, após assaltarem um banco. São policiais bandidos, se valeram da farda e da sua condição de policiais para delinquir. São meliantes de pior espécie, pois abusaram do treinamento e da confiança que lhes foi confiada pelo Estado e principalmente pela população.

A Brigada Militar não aceita a convivência incestuosa de seus policiais com o crime, pois isto vai de encontro a todos os seus preceitos cultuados durante os seus mais de 173 anos de existência. Com certeza, em pouco tempo serão esquecidos, estarão excluídos do meio brigadiano e serão punidos como estabelece a lei. A mesma lei que juraram defender, porém fraquejaram e sucumbiram, ultrapassando a tênue e perigosa linha que separa o bem do mal.

coronel RR BMRS

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